15/10/2024
O uso medicinal da cannabis é tema cada vez mais presente nos debates, embora ainda precisa muito mais espaço à medida que mais informações e evidências científicas chegarem à população. Porém, o que poucos sabem é que o potencial farmacêutico da cannabis é apenas uma das dimensões que a planta tem para os negócios, desde uma nova commodity às aplicações industriais e o uso adulto, como já acontece no Uruguai, Canadá e em 16 estados norte-americanos. Nesse sentido, uma das principais tendências da revolução verde reside nas disrupções nos bens de consumo.
Esse movimento já se desenvolve plenamente na América do Norte e Europa, envolvendo alimentos, bebidas e suplementos, entre outros itens. Se tem alguma dúvida, faça uma busca por “hemp” (cânhamo em inglês) no Google Trends e veja como o termo aparece associado a cosméticos nos Estados Unidos (EUA). No entanto, essa é apenas a ponta do iceberg. Também há marca de cerveja artesanal norte-americana com óleo de semente de cânhamo e terpeno na composição da bebida.
Agora, você pode estar pensando que são iniciativas isoladas de empresas de nicho, mas, se esse for o caso, não poderia estar mais equivocado caro leitor. Ainda nos EUA, uma das maiores redes de varejo voltada ao segmento pet colocou produtos com canabidiol (CBD) em suas prateleiras. Além disso, a Colgate lançou uma pasta de dente que também possui óleo de semente de cânhamo em sua fórmula. O fato é que muitas empresas, de startups a grandes players estão neste momento estudando como incorporar o cânhamo como um ingrediente.
Esse cenário configura um dos momentos mais estimulantes para qualquer empreendedor e os brasileiros não podem ficar de fora. A hora de refletir e agir para fazer parte de uma indústria nascente é agora. Quem está do lado de fora pode entrar no mercado como pioneiro, inovador e com oportunidade ímpar de ser disruptivo. Quem já atua de forma consolidada tem à frente ótima chance para abrir novas frentes de negócios, conquistar novos mercados e, até mesmo, se reinventar. E, para todos que entrarem antes, possibilidades de vendas com melhores parâmetros de preços e margens de lucro.
Com os empreendimentos já em andamento criaram-se algumas bases que podem delinear o caminho de quem pensa em empreender. Além de se posicionar melhor, quem sair na frente se apodera ainda de uma forte mensagem aos consumidores. Para um público cada vez mais aberto a novas experiências e ansioso por novidades, um produto com semente ou óleo de cânhamo é, certamente, mais do que uma mera opção de comida ou bebida. Trata-se de um item de bem-estar, para falar o mínimo.
Muitos conteúdos definem as sementes de cânhamo como um super alimento, forte concorrente a assumir o status ocupado anteriormente por chia, linhaça e quinoa, revolucionando os segmentos de suplementos e nutracêuticos, que englobam alimentos funcionais ou com propriedades terapêuticas.
Essa expectativa não é criada à toa. Afinal, 25% de sua composição é proteína e as sementes apresentam também alta concentração de fibras e bons níveis de ômega-3 e ômega-6, bem como de vitaminas E, vitaminas do complexo B, além de minerais como magnésio, fósforo, ferro, zinco e potássio. E os apelos gastronômicos das sementes não ficam atrás das propriedades dietéticas. Já o óleo de cânhamo, derivado das sementes, possui características benéficas para a saúde da pele e estão sendo amplamente usados na fabricação de cosméticos.
Uma nova era para a indústria de bens de consumo já começou com o beneficiamento do cânhamo. Essa dimensão da planta, com foco em produtos para o consumo direto humano, deve ser uma das mais prósperas nos próximos anos e o Brasil precisa fazer parte desta disrupção. Sorte dos empreendedores que vivenciam este momento, sabem identificar oportunidades e largam na frente.
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